Kiddytex renova aposta na Caracol.

A empresa sediada em Guimarães é especializada no fabrico e comercialização de vestuário para bebé e criança. Além de produzir para a marca própria Caracol, a KiddyTex dedica-se maioritariamente ao regime private label. «O maior volume de negócios é mesmo da produção private label. A nossa marca já foi 100% da produção da empresa mas, neste momento, representa uma fatia muito pequena, porque está a servir mais como promoção», revela Isabel Ribeiro, diretora de design e produção.

A KiddyTex distingue-se pelas novidades e a Caracol serve como motor de inovação. «Os nossos clientes já se habituaram a que estejamos sempre a apresentar novidades. Estamos continuamente a lançar novos produtos. O que expomos é a marca própria e depois os clientes, ao verem, fazem os próprios modelos» explica ao Portugal Têxtil. Apesar da Caracol representar uma percentagem «muito pequenina, 5% se tanto» no volume de negócios da empresa, significa muito a nível de desenvolvimento. «Representa muito porque nos permite ter clientes fiéis. Toda a inovação passa primeiro pela marca. Por isso, podemos não faturar pela marca, mas é ela que nos permite faturar», afirma a diretora de design e produção.

A Caracol, que tem como maior critério a qualidade, caracteriza-se por oferecer artigos «confortáveis e fáceis de manter». A composição das peças prima pela segurança do bebé, nomeadamente através da utilização de algodão orgânico. «Andávamos à procura de algo que fosse confortável para o bebé e que não fosse agressivo. O algodão orgânico tem essa vantagem porque não emprega químicos na cadeia produtiva. A partir daí ficamos conhecidos por isso e agora já não trabalhamos algodão convencional», assume.

Sustentabilidade de dentro para fora

Foi a pensar no melhor para o bebé que surgiu o conceito de sustentabilidade na KiddyTex. Inicialmente, a escolha de fibras orgânicas resultou de uma preocupação com o conforto e suavidade das peças e, só mais tarde, de forma natural, é que a escolha fez sentido para acompanhar a tendência de um mercado que se quer amigo do ambiente. «É o mercado que dita o que quer. E depois adaptamos ao nosso estilo. O estilo não mudamos, mas mudamos muitas vezes as formas e os materiais de acordo com aquilo que os clientes vão pedindo. Neste momento, o mercado está a ter uma mutação muito grande porque se está a virar para os materiais sustentáveis», admite Isabel Ribeiro.

Além do algodão orgânico, a produtora de vestuário infantil, que conta com cerca de 30 pessoas e 20 máquinas, está «constantemente a introduzir novos materiais. O 100% linho, o poliéster de garrafas do fundo do mar… tudo isto são novidades que acrescentamos à coleção» aponta.

Mas a tentativa de ser o mais sustentável possível não se fica pelas matérias-primas. «Atualmente, estamos a substituir a frota dos carros por híbridos ou elétricos. Já temos dois e agora vamos substituir os restantes», assegura Sofia Sousa, diretora comercial e financeira.

«A empresa, em termos de produção, é o mais sustentável possível. Os combustíveis, o tratamento dos resíduos, os desperdícios… Tudo é reciclado. A nossa filosofia é sermos uma empresa sustentável» sublinha Isabel Ribeiro.

Crescimento com qualidade

A empresa trabalha com um mercado «médio, médio-alto muito variado e exigente». Inglaterra, França, Alemanha, Dubai, Estados Unidos, Israel e alguns países do norte da Europa são os principais destinos das peças produzidas pela KiddyTex. Ainda que «99% da produção seja para exportação», conquistar novos mercados não faz parte da estratégia até porque, para a empresa, o importante é atingir determinados tipos de clientes. «Não trabalhamos pelo preço, trabalhamos pela qualidade. Interessa-nos mais o tipo do cliente e não um país em si», esclarece Sofia Sousa.

Esta estratégia da empresa está a dar frutos. «Temos vindo a crescer de ano para ano. Neste momento, o volume de negócios deve ser de um milhão de euros», adianta Isabel Ribeiro.

O próximo passo

No passado, a Caracol, que está à venda em lojas multimarcas e maioritariamente online, representou um grande volume de faturação, mas hoje tal não acontece. «Estávamos assentes essencialmente na marca, mas a empresa ressentiu-se muito quando houve a crise. Tivemos que ver o que realmente interessava para podermos continuar a fazer o nosso trabalho», conta Isabel Ribeiro.

Voltar a investir na marca é uma das metas da KiddyTex, que a quer ver a Caracol tornar-se «sustentável em termos financeiros». «O nosso objetivo futuro é dar um peso à marca semelhante ao peso que temos na multimarca», conclui a diretora de design e produção.

 

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